Confederação do setor financeiro agora é Fin e quer se conectar com brasileiros

9 de julho de 2025

Notícia

Mudança inclui novo posicionamento estratégico e slogan “Todo sonho precisa da nossa indústria”, destacando o papel do setor na economia do país

Com 40 anos de atuação institucional no Brasil, a confederação do setor financeiro passou a se chamar Fin, em uma renovação de sua identidade visual e estratégica. A iniciativa busca estabelecer uma conexão mais direta entre o setor financeiro e a sociedade brasileira, adotando o slogan “Todo sonho precisa da nossa indústria”. A nova marca representa a transformação de um setor que evolui por meio da inovação, diversidade e agilidade.

A Fin representa atualmente 15 das principais associações da indústria financeira, sendo elas: Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI), Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima), Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (Ancord), Associação Nacional dos Participantes em Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios Multicedentes e Multissacados (Anfidc), Associação Para Interoperabilidade das Infraestruturas de Mercado Financeiro (Apiimf), B3, Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), FGC e Zetta.

O reposicionamento começou em 2023, quando Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro, assumiu a presidência da entidade. Ele destacou a importância da mudança:

— O principal objetivo desse novo momento da Fin é mostrar que o setor financeiro vai muito além dos bancos. É um setor que pode ajudar a construir pautas pensando o futuro, olhando, por exemplo, os grandes problemas fiscais do país. A nossa confederação quer contribuir de forma ativa para esse debate.

Segundo o ex-presidente da Câmara dos Deputados, “o setor financeiro está presente no dia a dia da vida das pessoas – no financiamento da casa, do carro, no cartão de crédito, nas fintechs, nos investimentos -, mas ainda é pouco reconhecido por esse papel, e isso acontece tanto no Brasil quanto em outros países”.

Maia destaca que o compromisso da Fin é tentar mostrar, em uma articulação com os Três Poderes, que essa indústria é essencial para o desenvolvimento econômico e social do país.

— Cabe a confederações modernas como a Fin atuar na construção de políticas públicas mais eficientes e de um marco regulatório mais claro e previsível, e na redução dos custos com contenciosos que travam o crescimento do país — acrescenta ele.

Leonardo Barbosa, Diretor de Relações Institucionais da Fin, destaca que o ecossistema da confederação atua de maneira complementar para “aproximar as pessoas de seus sonhos”.

— Trata-se de um setor complexo, altamente intensivo em tecnologia e que busca oferecer uma experiência com segurança — pontua ele.

Em sua nova fase, a Fin quer dar ênfase a duas iniciativas: o Split Payment, ferramenta prevista na Reforma Tributária que visa simplificar o sistema e otimizar a arrecadação de tributos no país; e o Selo de Prevenção a Fraudes, lançado pela Fin como parte do compromisso do setor com mais segurança e confiança nas transações.

Atualmente 24 instituições financeiras são contempladas com o selo, que atesta o compromisso com as melhores práticas de segurança e combate a fraudes, elevando a confiança do mercado e dos clientes.

— Não é uma metodologia estática. E a ideia é que todo ano ela melhore — explica Cássia Botelho, diretora superintendente da Fin.

A nova marca Fin foi desenvolvida pela N.ideias, de Nizan Guanaes, em parceria com o GAD — Foto: Divulgação

ESG em foco

A nova fase da confederação do setor financeiro vai priorizar a pauta ambiental, social e de governança (ESG — environmental, social e governance), com o objetivo de promover a adoção de práticas de gestão transformadora, integrando os aspectos ESG nas atividades da Fin.

— O primeiro passo foi aprovar a nossa política ESG. Começamos olhando para dentro. Mapeamos como poderíamos ajudar o setor, e uma das questões é trabalhar proativamente com uma governança mais enxuta, presente, que se reflete no próprio trabalho que fizemos para o reposicionamento da marca — pontua Cássia.

Dentro das práticas ESG, a executiva pede atenção especial, no escopo da letra “S”, à educação financeira, outro pilar da Fin.

— Ciente da importância da educação financeira para o desenvolvimento social e econômico, o setor financeiro tem investido de forma consistente nessa área, e a Fin tem priorizado o apoio a essas iniciativas, bem como sua ampla divulgação — ressalta Cássia.

Fin reúne 15 entidades, entre elas Ancord, Zetta, Anbima, Abel, Apiimf e Acrefi — Foto: Divulgação

A nova marca

O projeto de rebranding foi desenvolvido pela N.ideias, consultoria liderada por Nizan Guanaes, em parceria com o GAD, empresa especializada em branding comandada por Luciano Deos.

— Essa marca acompanha toda revolução que ocorre no mercado financeiro, com novos entrantes, agentes cada vez mais modernos e propostas de valor desafiadoras. A CNF, agora Fin, abriga toda essa diversidade: é moderna, inclusiva, democrática, e o nome precisava traduzir esse momento e ser compatível com o mundo do Pix, por exemplo. A Fin é um nome não tradicional para um sistema cada vez menos tradicional, avançado, moderno, mas sólido — salienta Guanaes, responsável pela estratégia de lançamento e mídia da nova marca.

Já Luciano Deos, fundador e CEO do GAD, explicou que o nome Fin foi pensado para funcionar como um “apelido” do setor.

— Queríamos uma marca que fosse sinônimo desta nova indústria financeira — que representasse um movimento, uma atitude, quase um verbo. Que falasse de viabilizar, de fazer acontecer. Que aproximasse a indústria financeira das pessoas, ressignificasse sua presença no cotidiano e, ao mesmo tempo, carregasse a solidez e o protagonismo do setor — pontua Deos.

Publicado por O Globo e Valor Econômico