Artigo: “É preciso promover um ambiente de apostas informado e responsável”, afirma Rodrigo Maia
27 de setembro de 2024
NotíciaAcreditamos que seja possível conciliar a prática do jogo com a proteção social e financeira dos cidadãos
Hoje deparamos com um novo desafio que exige nossa atenção urgente: o crescimento acelerado e descontrolado das apostas no Brasil. Esse fenômeno — se não abordado com a devida seriedade — tem o potencial de se tornar uma epidemia social, com consequências graves para indivíduos, famílias e toda a sociedade. O brasileiro está apostando muito além do razoável, muitas vezes sem plena consciência dos riscos envolvidos.
Os perigos do jogo irresponsável são múltiplos e profundos: endividamento pessoal, erosão da renda familiar, atrasos em pagamentos essenciais como educação e saúde, desagregação familiar e problemas de saúde mental. É um cenário que, se não controlado, pode levar a uma crise social de proporções alarmantes.
Diante desse quadro, organizar uma iniciativa para abordar a questão de maneira abrangente é tarefa inadiável. Tal iniciativa não precisa proibir o jogo, mas sim promover um ambiente de apostas informado e responsável. Acreditamos que seja possível conciliar a prática do jogo com a proteção social e financeira dos cidadãos, desde que haja uma abordagem inteligente e multifacetada.
O caminho para enfrentar esse desafio passa pelo diálogo entre diversos setores da sociedade, por uma legislação eficaz e pela conscientização em torno dos riscos do jogo irresponsável. É fundamental, ainda, que os governos entendam como lidar com a situação dos brasileiros que já estão viciados e que impulsionam o crescimento das apostas.
Enquanto entidade de representação do setor financeiro, entendemos que nosso papel é contribuir com um movimento de agregação, capaz de reunir profissionais de comunicação, saúde e educação para dialogar num “laboratório de soluções”. Estamos empenhados em estudar o problema, buscar parcerias e construir saídas que protejam aqueles que ainda acreditam que seus problemas serão resolvidos por meio do jogo.
Assim como as campanhas bem-sucedidas do passado, essa iniciativa tem o potencial de promover uma mudança cultural significativa. Não se trata apenas de regulamentar uma atividade econômica, mas de proteger o tecido social brasileiro dos perigos do jogo irresponsável. Esse é um desafio de todos.
O momento de agir é agora. Precisamos da mesma determinação e inteligência que tivemos ao enfrentar problemas semelhantes no passado. Devemos ser rápidos, antes que a situação se consolide numa epidemia, muito difícil de tratar. Juntos, podemos construir um futuro em que o jogo seja praticado com responsabilidade, informação e consciência, contribuindo para uma sociedade mais saudável e equilibrada.
*Rodrigo Maia é presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras
notícias
em Destaque

1 de outubro de 2025
Pix tem “botão de contestação” a partir desta quarta (1°). Uso é para fraude, golpe e coerção

1 de outubro de 2025
Reforma tributária: veja o que muda com aprovação no Senado

16 de setembro de 2025
Fin promove seminário com a presença do Nobel de Economia James Robinson

27 de agosto de 2025
Febraban divulga Congresso de PLDFT

15 de agosto de 2025
Entidades se unem para impulsionar olimpíada de educação financeira

11 de agosto de 2025
Selo anti-fraude traz mais segurança aos clientes, diz diretora da Fin