Novo presidente da Ancord quer ganhar mais relevância nas discussões do mercado financeiro
14 de abril de 2025
NotíciaCom um perfil discreto ao longo dos últimos anos, a Associação Nacional das Corretoras de Valores (Ancord) quer ganhar mais relevância nas discussões do mercado financeiro e fazer frente na defesa de temas considerados relevantes para os intermediários. A pauta envolve concorrência com bolsa de valores e internalização de ordens – a negociação de ações entre compradores e vendedores que poderia ocorrer fora do ambiente de bolsa, dentro da própria corretora, ou seja, entre clientes de uma mesma instituição.
Na recém-eleita nova diretoria, agora sob o comando do diretor institucional da XP, a maior corretora do país, Rafael Furlanetti disse, em entrevista publicada no Valor, que um de seus objetivos é que as discussões sobre o mercado financeiro passem, necessariamente, pela associação.
“A Ancord é uma instituição com 50 anos de história, representando as maiores corretoras do país e sendo responsável por um setor que movimenta 90% do que é negociado na bolsa. Além disso, os 25 mil agentes autônomos do mercado são afiliados à Ancord, que desempenha um papel fundamental na regulação e no desenvolvimento do setor”, afirma Furlanetti, que presidirá a entidade até 2027. Como vice-presidentes da associação foram eleitos Ricardo Chamma Lutfalla, do BTG Pactual, e Silvio Alexandre Rocha da Silva, da Planner. Furlanetti também é um dos membros da atual diretoria da Febravan, a Federação Brasileira dos Bancos.
Com isso, dentre os temas que a entidade quer logo trazer para a mesa está a concorrência da bolsa brasileira, a B3, assunto já antigo e que vem ganhando corpo com novos players se preparando para ingressar em infraestrutura do mercado. Entre os projetos de concorrência mais maduros está o da Base Exchange, antiga ATG, cujo controle foi comprado no ano passado pelo Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi.
O novo presidente da Ancord aponta que a entidade é favorável um ambiente com múltiplos provedores de serviços e vai criar um fórum de discussão desses entrantes e a própria B3 com os intermediários.
“Essas empresas não irão necessariamente competir com a B3, elas podem trazer novos serviços e índices”, diz. Nesse sentido, segundo Furlanetti, é indispensável que se tenha atenção voltada para a importância da interoperabilidade ente os provedores, ou seja, a capacidade de diferentes sistemas, dispositivos ou entidades trabalharem juntos de forma eficaz.
A entidade reúne atualmente 55 associadas, número que decresceu na última década depois de um amplo movimento de consolidação das corretoras. Há dez anos, eram mais de cem no país.
Colocando educação financeira como um pilar de sua gestão, Furla, como é conhecido, diz que o mercado precisa olhar com mais atenção para o fenômeno das bets, como o jogo do tigrinho. “As pessoas buscam nesse jogo uma rentabilidade que não existe, isso evidencia um grande desafio para o nosso setor”, comenta. Segundo ele, um dos trabalhos será olhar também para fora do eixo Rio-São Paulo, aproveitando a capilaridade dos agentes autônomos.
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