Febraban, Fazenda e BC discutirão juros do rotativo

18 de abril de 2023

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Para debater as causas e propor soluções para os juros elevados do cartão de crédito, um grupo de trabalho será criado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com o Ministério da Fazenda e o Banco Central (BC). Em fevereiro, a taxa do rotativo, muito acessada pelas famílias em momentos de dificuldade, chegou a 417% ao ano.

“Vamos constituir um grupo de trabalho para aprofundar tecnicamente quais são as causas do elevado spread no cartão de crédito (a diferença entre a taxa paga pelo cliente e o custo para a instituição) para poder, atacando as causas, encontrar as soluções corretas e que possam zelar pela racionalidade econômica”, disse o presidente da Febraban, Isaac Sidney, que se reuniu ontem com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes. Além dele, estava presente no encontro, o ex-deputado federal Rodrigo Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF). Eles estavam acompanhados de presidentes de quatro bancos: Octavio de Lazari (Bradesco), Milton Maluhy (Itaú-Unibanco), Mario Leão (Santander Brasil) e Cristina Junqueira (Nubank).

“(Os bancos) Vão me entregar um cronograma de apresentação de um estudo. Eu pedi celeridade porque é uma preocupação do presidente Lula”, disse o ministro, acrescentando que foi pedida a integração do BC no grupo de trabalho em virtude da regulação do produto, que está a cargo da autoridade monetária.

Sidney ainda detalhou que nenhuma proposta para reduzir os juros foi feita para Fazenda pelos representantes do setor financeiro. O executivo também preferiu não comentar se um limite para a taxa de juros, assim como foi definido para o cheque especial, seria uma solução. “Os caminhos precisam ser construídos a partir de um diagnóstico correto”, disse.

Sidney afirmou que uma das razões dos juros elevados é a pouca efetividade de garantias: “Tem um projeto de lei tramitando no Congresso e já aprovado na Câmara. Se o País tiver um marco legal de garantias, damos um passo importante para reduzir os custos de crédito. Isso vale para qualquer linha, incluindo o cheque especial e o cartão de crédito”.

Haddad também não quis dar exemplos do que possa vir a ser uma solução para o problema. “Hoje (segunda-feira) passamos uma hora estudando o modelo atual para que haja uma compreensão dos problemas que todos enfrentam em relação a isso”, disse. Ele lembrou que o setor é formado por muitos interlocutores, como os da bandeira, da maquininha, banco e lojista. “Tem muitos atores nesse processo.”

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.