Samuel Pessôa: Marco Fiscal não é suficiente; reforma tributária é equivalente a Plano Real
11 de abril de 2023
NotíciasO doutor em economia pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samuel Pessôa, fez hoje um balanço positivo dos 100 dias do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na economia. Na avaliação dele, as linhas gerais do arcabouço fiscal anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontam para um “desenho correto”, mas insuficiente para melhorar a situação das contas públicas. Pessôa comparou a reforma tributária ao Plano Real do governo FHC e disse que ela possibilitará ao País atravessar um período maior de “inconsistência fiscal”.
“(Arcabouço fiscal) É insuficiente, no sentido que as regras que foram divulgadas não garantem solvência do País. Ele só fica de pé a médio prazo se houver aumento de receitas”, avaliou o pesquisador, que participou nesta tarde do evento ‘100 dias depois: especialistas em políticas públicas avaliam o início do governo Lula’, organizado pelo grupo Derrubando Muros em parceria com o Nexo Jornal.
O economista acredita que o Brasil continuará vivendo um período desafiador do ponto de vista fiscal, mesmo com a aprovação do novo arcabouço, e defende que a aprovação da reforma tributária proposta pelo governo é essencial para atravessar esse momento. Além disso, a mudança na forma de tributação de serviços é a “mais importante” para alavancar o crescimento do Brasil a médio prazo, na avaliação dele.
“A agenda mais importante, do ponto de vista da produtividade da economia, é a reforma que tem a maior capacidade de alavancar o crescimento a médio prazo. A reforma dos impostos indiretos tem um papel hoje equivalente ao que o Plano Real teve na estabilização. Essa reforma vai reduzir custo de transação de fazer negócios no Brasil e vai permitir que nós consigamos caminhar, por mais algum tempo, com inconsistência fiscal. Se a gente reduzir o custo de transação no Brasil, a gente consegue algum nível de otimismo que nos faz navegar nesse ambiente por mais algum tempo”, explica.
O pesquisador da FGV acredita que o governo Lula está “avançando lentamente” na economia e elogiou a atuação de Haddad. “Na economia, temos coisas boas (nos primeiros 100 dias de governo). No governo FHC, tínhamos uma agenda (na economia). Começou o governo Lula, tinha uma agenda bem definida, fomos crescendo e, quando o crescimento engasgou, perdemos a capacidade de ter uma agenda. O grande feito de Haddad foi a capacidade de desenhar uma agenda para esses dois primeiros anos (de governo), negociar com a sociedade e internamente com o PT.”
Fonte: Broadcast+
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