Juros altos e ‘efeito Americanas’ limitam crédito e captações de empresas despencam 64%
9 de março de 2023
NotíciasVolume de debêntures emitido em fevereiro foi de R$ 6,6 bilhões, quase um terço dos R$ 18,7 bilhões de janeiro. Analistas já vislumbram que BC terá de antecipar corte da Selic
Manchete do jornal O Globo mostra que depois de um 2022 de recordes na captação de recursos por empresas brasileiras, o mercado de crédito privado ficou mais restrito. O patamar mais alto de juros e a crise em várias empresas, principalmente a Americanas, forçaram as empresas a adiarem as emissões em meio à percepção de aumento de riscos e com investidores pedindo juros maiores para emprestar recursos.
Sem captar recursos, as empresas não conseguem investir — o que significa produção menor e menos empregos. Isso acaba afetando o desempenho da economia, num momento em que a expansão projetada por analistas de mercado, segundo o Boletim Focus, é de 0,85% para este ano, bem abaixo dos 2,9% de 2022.
Em fevereiro, o volume de debêntures (títulos de crédito privado) foi de apenas R$ 6,63 bilhões. É um tombo de 64% frente aos R$ 18,69 bilhões captados em janeiro. Em 2022, as empresas brasileiras conseguiram em média R$ 22,57 bilhões por mês via emissão de debêntures, o maior patamar desde 2012.
Analistas já esperavam um freio nas captações este ano, mas os resultados ficaram aquém do previsto. Especialistas destacam ainda que cautela não predomina apenas no mercado de emissão de dívida corporativa, uma vez que o crédito bancário também tem demonstrado desaceleração, com as instituições financeiras mais seletivas na hora de emprestar recursos para as empresas.
Além do rombo na Americanas — que, em janeiro deste ano, revelou inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões —, que gerou impactos em série no mercado, o fato de haver outras empresas em dificuldade, como Lojas Marisa e Light, acendeu o sinal amarelo entre os agentes.
O responsável pelo banco de investimento do Bradesco BBI, Felipe Thut, avalia que o mercado está em compasso de espera:
— O investidor fica superseletivo, olha menos emissões e quer uma taxa maior. Do lado dos emissores (as empresas), esperam um melhor momento de mercado. As companhias não querem estampar um preço mais alto por um período maior de tempo. Elas tiram um pouco o pé do acelerador e esperam para ver se esse prêmio (os juros cobrados pelos financiadores) acaba voltando.
O cenário de crédito mais restrito pode, na avaliação de analistas, antecipar a decisão do Banco Central (BC) de reduzir os juros básicos da economia brasileira, que estão em 13,75% desde agosto do ano passado. Para Fernando Siqueira, head de research da Guide, pode haver um corte na Taxa Selic já na primeira reunião do segundo semestre:
— O BC também é responsável pela estabilidade do sistema financeiro. Se entrarmos em uma situação muito caótica de empresas e bancos quebrando, tem que atuar para resolver isso. Entre as medidas, reduzir juros pode fazer parte do processo.
Reportagem na íntegra: https://oglobo.globo.com/economia/financas/noticia/2023/03/juros-altos-e-efeito-americanas-limitam-credito-para-as-empresas.ghtml
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