Ministério da Justiça e entidades do setor financeiro lançam plano de combate a fraudes bancárias digitais

3 de dezembro de 2025

Regulação

Nesta quarta-feira (3), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou o plano de ação conjunto da Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais. Resultado de um Acordo de Cooperação Técnica entre o MJSP e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a iniciativa reúne mais 23 ações articuladas para combater fraudes de forma ampla e integrada, com foco na prevenção, na detecção, na repressão e no apoio às vítimas. A solenidade ocorreu no Palácio da Justiça, em Brasília (DF).

Participaram do evento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o presidente da Febraban, Isaac Sidney; o presidente Zetta, Eduardo Lopes; a presidente da Fin, Cristiane Coelho e a diretora superintendente da Fin, Cássia Botelho.

A Aliança articula esforços entre órgãos públicos e instituições privadas para enfrentar o avanço da criminalidade digital no País. De acordo com o estudo The Emotional Undercurrent of Financial Scams, o Brasil é o segundo território do mundo com mais tentativas de golpes digitais, atrás apenas da China.

Durante o lançamento, o ministro Ricardo Lewandowski destacou o impacto da digitalização na criminalidade contemporânea e a importância da participação coletiva no enfrentamento ao problema.

“A crescente complexidade da criminalidade, exacerbada pela digitalização, tem transformado profundamente o cenário da segurança pública. O combate ao crime exige uma abordagem que transcende as ações estatais. É imprescindível que a sociedade participe ativamente. A Constituição Federal estabelece que a segurança pública é dever do Estado, mas responsabilidade de todos”, afirmou o ministro.

De acordo com Lewandowski, a iniciativa de criar uma aliança nacional para o combate às fraudes bancárias digitais é um projeto em constante desenvolvimento, com previsão de materialização ao longo dos próximos cinco anos.

“Já existem diversas ações concretas em andamento, como a criação de um site hospedado no Ministério da Justiça. Este portal tem como objetivo fornecer informações claras e confiáveis aos cidadãos, especialmente às vítimas de fraudes, que muitas vezes não sabem como agir ou a quem recorrer”, disse o ministro.

Em sua fala, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, ressaltou o papel do Governo na preservação da integridade do sistema financeiro.

“Um fator chave para a integridade e a segurança reside na confiança da sociedade na capacidade de agir do Estado, reagir e enfrentar a criminalidade digital. Essa confiança é o alicerce para que a sociedade perceba a segurança digital, a integridade dos dados e a proteção das operações como prioridades”, enfatizou.

 

Pilares da Aliança
A estratégia da Aliança está estruturada em seis eixos principais:
* Aprimoramento dos processos de prevenção a fraudes e golpes, com foco em segurança nas transações digitais;
* Intensificação da repressão a crimes cibernéticos, por meio de suporte às investigações;
* Compartilhamento e tratamento de dados e informações, com protocolos de integração entre sistemas;
* Capacitação de agentes públicos e privados, voltados à atuação e à sensibilização;
* Tratamento e acolhimento das vítimas, com diretrizes específicas de atendimento;
* Conscientização da população por meio de materiais educativos e campanhas de letramento digital.

Com duração de 60 meses, o plano contempla ações conjuntas entre o MJSP, a Febraban, o Banco Central, a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Polícia Federal, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o Conselho Nacional de Chefes de Polícia (CONCPC), além de representantes do setor privado, como a Fin, a Zetta, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), e outras entidades.

 

Sofri um golpe e agora?
Para orientar e acolher vítimas de fraudes bancárias digitais, o MJSP lançou o site: Sofri um golpe e agora?

A plataforma engloba informações úteis sobre como agir diante de um golpe, com orientações jurídicas e operacionais, vídeos educativos, um glossário com 41 tipologias de fraudes e um painel interativo com dados atualizados relacionados a ocorrências, perfis das vítimas e locais dos crimes.

 

Conheça todas as iniciativas do plano neste link.

Acesse o glossário de tipologias de fraudes e golpes digitais neste link.