Febraban: Medidas de crédito do governo são bem-vindas

20 de abril de 2023

Notícias

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse hoje que as ações do governo para aperfeiçoar o mercado de crédito são bem-vindas. Segundo ele, algumas das medidas foram sugeridas pelo setor bancário ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A prioridade dada ao aperfeiçoamento do mercado de crédito, em especial com um novo marco legal de garantias, é muito bem-vinda”, disse ele em fórum promovido pelo Lide em Londres nesta quinta-feira, 20. “Algumas das medidas de melhoria do ambiente de crédito fazem, inclusive, parte de sugestões que a Febraban e o setor bancário já haviam feito ao novo governo.”

Nesta quinta, o governo lança um pacote de medidas destinadas a melhorar o ambiente de crédito no País. O impulso ao novo marco legal de garantias, que tramita no Congresso desde 2021, é uma dessas medidas. Outras tratam do uso de planos de previdência privada como garantia em empréstimos, e também da concessão de garantias a entes federados.

Sidney afirmou, em seu discurso, que as medidas, junto com o arcabouço fiscal proposto pela equipe econômica, apontam na direção correta. A nova regra fiscal, que depende de aprovação do Legislativo, traz maior certeza aos agentes econômicos, de acordo com ele.

“É meritório também que o novo arcabouço tenha previsto metas de resultado primário, diria, até ambiciosas, como a previsão de zeragem do déficit primário já em 2024”, afirmou. “Mas precisamos lembrar que não basta o rumo apropriado. Temos de buscar um diagnóstico correto das causas que fazem o crescimento do país ser medíocre há décadas.”

Reforma tributária

Ao tratar do crescimento do País, o presidente da Febraban disse que reformas são urgentes, sendo que a tributária é a de maior importância neste momento. Nesse contexto, ele disse que é preciso romper com a “leniência” na concessão de benefícios fiscais. Afirmou ainda que, no âmbito da reforma, o setor bancário vê espaço para reduzir os custos do crédito, mas não pede benefícios.

“Não defendemos benefício fiscal para nosso setor bancário, até porque não temos nenhum”, disse ele em sua fala. “A Febraban tem participado ativamente da discussão da reforma tributária sobre o consumo e entendemos que ela tem grande potencial para baratear o crédito.”

Sidney reiterou que o setor bancário não precisa de juros mais altos para aumentar os lucros. “Lucros decorrem de eficiência, de ambiente de negócios e não de juros. As taxas de juros precisam realmente ser mais baixas, mas isso não depende apenas da vontade dos bancos”, comentou, adicionando que impostos e inadimplência encarecem os custos do crédito aos consumidores.

Ele afirmou, ainda, que a crise bancária vista nos Estados Unidos e na Europa ainda coloca o mercado em contexto de alerta. Ressaltou, entretanto, que a regulação dos bancos brasileiros é sólida. “Temos, mais uma vez, a oportunidade de mostrar ao mundo a excelência da regulação bancária brasileira, a excelência da supervisão e do monitoramento do nosso Banco Central.”

Fonte: Broadcast+